27/09/2014 Comer uma pizza, quase sempre, significa uma reunião de família ou de amigos, em função do tamanho dela. Quando está sozinha, normalmente a pessoa prefere solicitar outros pratos ou lanches, considerando o serviço de entrega em domicílio. A não ser que a pessoa esteja próximo a uma pizzaria e esta ofereça a pizza em pedaços ou então no tamanho chamado de "brotinho".
Uma "brotinho" significa exatamente a metade do tamanho convencional e privilegia a forma arredondada. Nas praças de alimentação dos shoppings a comercialização de "brotinho" e em pedaços está disseminada, em razão de facilitar para a pessoa que está sozinha ou que deseja consumir pizza enquanto quem a acompanha quer outro prato. Em alguns estabelecimentos, a pizza é oferecida em oito ou em quatro pedaços, preservando-se a forma de disco. O que difere é o leque reduzido de sabores de cardápio para que haja rapidez no atendimento aos pedidos.
Rafael de Souza, 19 anos, gosta da facilidade que a pizza menor ou em pedaços permite. "Eu não compraria uma pizza grande para comê-la sozinho. Venho aqui, minha namorada come lanche e eu uma pizza de quatro pedaços", diz ele.
Tradição
O brasileiro tem no consumo de pizza uma tradição e há até o Dia da Pizza, comemorado em todo dia 10 de julho. Mas não era assim até relativamente pouco tempo. As pizzas são pratos trazidos ao país pela colônia italiana. No entanto, a primeira notícia de comercialização se deu no bairro do Brás, em São Paulo, na década de 50 do século passado. A partir daí, outras cantinas passaram também a prepará-las e comercializar. A popularização fez então surgir as pizzarias em todo o Estado e, depois, em todo o país. Em praticamente todas as cidades brasileiras, particularmente as do eixo Sul-Sudeste, há pelo menos uma pizzaria. Sem contar que as padarias também preparam e vendem pizzas em pedaços.
Rodízio começou na década de 70
Em São Paulo, na década de 70, começaram os rodízios de pizza. O primeiro a apostar no sistema em que a pessoa pagava um terço do valor de uma pizza para consumir quantos pedaços desejasse foi o comerciante Sérgio Della Crocci. Ele criou esse sistema na pizzaria que abriu no bairro Pari, na Capital. Surgiu, então, o Grupo Sérgio, com várias filiais inauguradas em bairros paulistanos. Com os anos, o grupo foi perdendo a freguesia e não resistiu aos anos 90.
Adolescentes na década de 70, Adriano Coelho, Osmar e Osvaldo Ribeiro e Cássio Lima iam sempre, aos sábados, aos rodízios de pizza do Grupo Sérgio, inicialmente no Pari, juntamente com outros amigos. "Era um grupo grande e nós comíamos muito", conta Cássio. Segundo ele, na saída "sempre conversávamos sobre o número de pedaços que cada um havia comido. Uns falavam em 13, 15 e até mais. Dá uma saudade desse tempo."