28/09/2014 Quem nunca se pegou comendo um brigadeiro antes de cantar o tradicional "parabéns". De maneira sorrateira e disfarçada, a pessoa apanha o doce para comer sem despertar a atenção, ato que evitaria o "ataque" aos brigadeiros na mesa decorada para o "parabéns".
Não é à toa que o doce é o rei da festa e tem mais importância que o bolo. É difícil uma festa sem ele, disposto na embalagem característica, a forminha de papel simples ou sofisticada em cores e detalhes. Hoje há também as forminhas (copinhos) plásticas para brigadeiro de colher.
Ao longo dos anos, o brigadeiro foi ganhando adeptos e são muitas as declarações de amor eterno que recebe. Para comprovar basta pesquisar o nome brigadeiro na Internet. Também são variadas as adaptações de receitas, criando novos doces, como o brigadeiro de colher, o brigadeiro de morango, brigadeiro branco e muitos outros.
História do brigadeiro é controversa
O mais comum em qualquer pesquisa sobre o brigadeiro é que ele surgiu como forma de homenagear o então brigadeiro Eduardo Gomes, em 1945, que disputou a presidência da República com Eurico Gaspar Dutra, além de ter sido o criador do Correio Aéreo Nacional. Diz essa história que Eduardo Gomes era solteiro e tinha essa condição civil no slogan de campanha: "Vote no Brigadeiro, que é bonito e é solteiro". Diante disso, mulheres encantadas com o brigadeiro teriam criado o doce para servir a ele durante as reuniões políticas na busca pelos votos. Virou, então, o doce do brigadeiro e, posteriormente, apenas brigadeiro.
A controversa história esbarra em outro fato. No Rio Grande do Sul, o brigadeiro era (e ainda é) conhecido como "negrinho" e já existia antes de 1945, como também em outros estados do Brasil. Em São Paulo, a Nestlé abriu a primeira fábrica em 1921, na cidade de Araras, onde passou a produzir o tradicional Leite Moça. É o leite condensado o ingrediente fundamental para o brigadeiro, juntamente com o chocolate. A fábrica de chocolate em pó Gardano foi fundada também em 1921, no bairro da Mooca (São Paulo) e trazia na embalagem dois monges. Ficou conhecido como "chocolate dos padres" e em 1957 passou também à Nestlé.
Receitas de brigadeiro
Ingredientes
1 lata de leite condensado
1 colher (sopa) de manteiga extra sem sal
4 colheres (sopa) de chocolate em pó (ou 8 colheres de raspas do seu chocolate favorito)
Raspas de chocolate para confeitar
Preparo
Despeje o leite condensado na panela, acrescente o chocolate em pó (ou as raspas de chocolate), misture bem, junte a manteiga e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até que a massa desgrude do fundo da panela. Quando estiver neste ponto, retire da panela e transfira para um recipiente de louça untado com manteiga. Deixe esfriar, molde as bolinhas, passe-as em raspas de chocolate ao leite ou meio-amargo e acomode-as nas clássicas forminhas de papel plissado.
Outra receita
Ingredientes
1 lata de leite condensado
3 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 colher (sopa) de manteiga
1 xícara (chá) de chocolate granulado
Manteiga para untar
Preparo
Em uma panela, coloque o leite condensado com o chocolate em pó e a manteiga. Misture bem e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até desprender do fundo da panela (o que corresponde a cerca de 10 minutos). Retire do fogo, passe para um prato untado e deixe esfriar. Com as mãos untadas, enrole em bolinhas e passe-as no granulado. Sirva em forminhas de papel.
Rendimento: 40 docinhos.
Brigadeiro de morango
Ingredientes
1 lata de leite condensado
3 colheres (sopa) de chocolate em pó
1 colher (sopa) de manteiga
25 morangos médios
1 xícara (chá) de chocolate granulado
Manteiga para untar
Preparo
Em uma panela, coloque o leite condensado com o chocolate em pó e a manteiga. Misture bem e leve ao fogo baixo, mexendo sempre até desprender do fundo da panela (o que corresponde a cerca de 10 minutos). Retire do fogo, passe para um prato untado. Com as mãos untadas, envolva os morangos com o brigadeiro e passe-os no granulado. Sirva em forminhas de papel.
Rendimento: 25 docinhos.
Brigadeiro começa a conquistar Nova York
Na badalada Nova York, uma espécie de capital mundial, o brigadeiro, um genuinamente doce brasileiro, começa a conquistar estadunidenses e pessoas de outros países, além dos brasileiros ali radicados. A chef Mariana Vieira é paulista de Bauru, vive em Nova York para onde levou essa paixão pelos doces, criando a Brigadeiro Bakery. Conforme ela contou ao Sabor da Cidade, a Brigadeiro Bakery nasceu em 2011 na cozinha da casa onde mora. Foram tantos os pedidos e aumentando cada vez mais que a empresa firmou parceria, em 2012, com o Restaurante Comodo, no bairro Soho, em Manhattan para expandir a produção, utilizando a cozinha industrial.
Os estadunidenses estão começando a conhecer e a se render ao brigadeiro. Da produção da Brigadeiro Bakery, explicou Mariana, "hoje podemos dizer que temos aproximadamente 50% de clientes brasileiros e 50% de clientes americanos. Muitas empresas também são clientes fiéis".
A Brigadeiro Bakery comercializa o doce em caixas de presente de diferentes tamanhos, vendidas entre US$ 9 e US$ 42. "Também aceitamos encomendas maiores, onde o mínimo é de 40 unidades (US$ 1,05 a unidade) ou a partir de 100 (US$ 0.85 a unidade)
No cardápio são 17 sabores de brigadeiro, que podem ser conferidos no link brigadeirobakery.com/menu.
Marta Sachser: "Gosto de todos"
Mineira de Belo Horizonte, mas radicada nos Estados Unidos há cerca de 10 anos, onde trabalha como fotógrafa, Marta Sachser se diz apaixonada por brigadeiro. E é na Brigadeiro Bakery que ela mata a vontade (e a saudade do Brasil). Marta disse que gosta do brigadeiro tradicional, entretanto lembra que dos sabores oferecidos pela Brigadeiro Bakery gosta também do de oreo, mas logo complementa: "Gosto de todos".